quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Palhaçada




No dia 23 de novembro de 2011, assistimos a mais um capítulo do grande espetáculo “Circo Minas Gerais, onde você é o palhaço”. Pudemos ver mais uma vez a Assembléia Legislativa funcionando como uma “casa homologativa” dos projetos do governo. Cadê a comissão tripartite? Cadê o acordo assinado pelo governo de que aplicaria o piso na carreira? Cadê o Ministério Público para cobrar a correta aplicação da lei federal? O que adiantou a opção de mais de 150.000 servidores retornarem ao Vencimento Básico? Mais uma vez presenciamos atitudes de uma ditadura social velada na nossa “Sociedade Autocrática com Dinheiro”. Mas nós não somos apenas palhaços de circo; somos também os animais selvagens que devem ser adestrados e enjaulados; somos os equilibristas que, na corda bamba da educação, fazemos piruetas para não cair; somos mágicos de conseguirmos sustentar nossas famílias com salários que não pagam nem o terno que nossos dePUTAdos usam naquele palco. Trabalhamos em 2 ou 3 escolas para sermos alvos desviantes de bolas de papel, borrachas voadoras e, em alguns casos, de tiros e facas. E temos que ser malabaristas para aguentar 3 turnos de turmas desinteressadas e violentas. E é no contexto do grande circo de Minas Gerais, terra da liberdade inconfidente, que venho parabenizar a toda a comunidade escolar por esta derrota. Nossa união cidadã, responsabilidade social e perseverança na luta por direitos foram os responsáveis por esta derrota tão sofrida! Aplausos par nós!!! Perdemos a esperança? Não há mais nada a ser feito? Então vamos sentar nossas bundas na frente da televisão (que Deus a proteja!) para aplaudir o mestre de cerimônia, dono do circo, e vamos nos tornar robôs mecânicos programados para dizer apenas “sim senhor” e abaixar nossas cabeças vazias. Vamos passar da condição de atores do circo para meros expectadores dessa grande novela tragicômica, da qual somos (éramos) os protagonistas. Vamos aplaudir o espetáculo de uma Minas sem lei, terra do desgoverno, de um povo acostumado à escravidão do ouro, à obediência das igrejas e à inércia dos senhores. Vejo em ti, Minas, a sombra direita de uma ditadura disfarçada! Vejo tua população enganada, sorrindo sem saber por quê, desacreditada dos grandes ideais, mas pronta para fazer as compras de natal. Então compremos os últimos modelos de celulares, Ipod's, e todos os presentes que nos farão, enfim, felizes! Afinal, um estado com educação sucateada, camuflada por belas escolas cheias de livros e computadores é bem mais fácil de ser iludido e adestrado. Um professor empobrecido, cansado, desvalorizado, criminalizado e ameaçado não tem condições de educar para a cidadania efetiva e continuará passando os mesmos exercícios de formar robôs obedientes. Vamos esquecer que existe um piso nacional, garantido por uma lei federal, que não somos remunerados pelo nosso tempo fora de sala de aula, e que temos hoje nossa carreira extinta, juntamente com todas as conquistas adquiridas ao longo da história sindical. Vamos esquecer que teremos nossos salários congelados por mais 20 anos, sem possibilidade de incorporar novas conquistas de direitos no nosso contracheque. Afinal de contas, teremos nosso 13° no bolso para ir ao shopping comprar o último modelo do celular que nos fará pessoas melhores e mais felizes. De alma e mãos lavadas, eu, palhaço malabarista do Grande Circo Minas Gerais, entrego a luta nas mãos de Deus, mas ainda tento um último grito! Vamos acabar com essa palhaçada e realmente tomar as rédias da nossa história?!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Convocação de apoio ao boicote do SIMAVE



Como sabem, nós, profissionais do estado de Minas Gerais, estamos enfrentando novamente a mentira e o descaso do governo, principalmente nos meios de comunicação. Descumprindo acordo (assinado ao fim da greve) de que estudaria a aplicação do Piso Nacional na carreira já existente, apresentou uma proposta que piora a carreira existentee que paga, para professor com doutorado em final de carreira, o valor de R$ 945,00. A greve não será nossa estratégia de luta no momento, mas devemos tentar, ao menos, entender o que está acontecendo. O governo tem milhões para pagar anúncios de 2 minutos na Rede Globo em horário nobre, mas não para pagar um piso de 712 reais. Tem bilhões para a copa, obras faraônicas, e cargos comissionados para campanha política, mas não para "valorizar" os profissionais da educação. Por isso, em última assembléia da categoria, foi decidido o boicote às avaliações sistêmicas do estado, no caso o SIMAVE, que acontecerá na próxima semana. Usaremos isto como forma de pressão, já que o prêmio de produtividade pago geralmente em agosto ou setembro não foi pago até agora e não sabemos se ou quando será pago. Estamos inclusive, ao propor este ato, deixando de ganhar nosso prêmio de 2012, mas acreditamos que será uma forma de protesto que mostrará nossa indignação com esse desgoverno. Por tudo isto, nós, profissionais da educação abaixo assinados, solicitamos aos alunos que nos apoiem neste protesto, anulando o gabarito da prova e entregando-o com todas as questões marcadas, pois, assim como o voto nulo, esta atitude configura-se como protesto, diferente do voto em branco. Temos que mostrar ao nosso desgoverno mentiroso e fora da lei que estamos de olho e temos o apoio de nossos queridos alunos, que pensam criticamente e sabem também protestar. "Professores passam uma vida ao nosso lado. Uma hora alguém precisa ficar do lado deles..."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Endurecendo a luta



Diante de toda a mentira empreendida pelo nosso desgoverno Anestenazista, me revitalizo nas energias de luta e me encontro pronto para empreender movimentações mais ativistas. Só paralizar não basta. Temos que ocupar as superintendências e deitar no chão até que se apresente proposta digna. Levar daqueles cornetões pra frente das regionais e não deixar o pessoal trabalhar. Não basta também só o boicote ao SIMAVE. Temos que anular as provas. Os alunos devem entregar os gabaritos nulos, pois aí sim, conta como ato de protesto. Se eles apenas entregam em branco, vão dar zero para eles. Se não vierem, vão dizer que não conseguimos manter os alunos em sala. Mas se vierem, e entregarem o gabarito nulo (marcadas todas as questões), aí sim caracteriza – como no voto nulo – um ato de protesto explícito. E que cara o governo vai dizer que as provas foram anuladas. E que cara vai ter quando ver que os alunos vão nos apoiar. Não precisa de grandes mobilizações pra que isto aconteça. Basta um papo sério com os alunos no dia da avaliação e aí fica da consciência de cada aluno anular ou não. Temos que barbaizar. Agora é o momento que, se calarmos e enfraquecermos, eles passam o trator em cima de nós. Talvez o ano de 2012 nem comece, se a postura do governo continuar...

domingo, 6 de novembro de 2011

Não acredito

Não acredito que o governo tenha tanta cara de pau de propor uma tabela daquela! Como ele consegue apresentar algo pior do que já vivemos? Não acredito que, novamente, tenta mudar nossa carreira, colocando nossa profissão como indesejada. Para que estudar, se somos meros robôs, que devem ensinar a resolver questões do ENEM e SIMAVE? Para que a formação continuada, tão exigida pelo estado como caminho para a qualidade da educação? Não acredito que o Sr. Desgovernador tenha apresentado uma tabela achatada que coloca um doutor em final de carreira ganhando 945 reais! Não acredito que diminuiu descaradamente as porcentagens de progressão horizontal de 3 para 1% e das progressões verticais de 22 para apenas 5%. E não acredito quando ele diz que será apenas para professor e especialista. E as cantineiras? As secretárias? Apenas não acredito. Depois de todo blá-blá-blá de que, suspendendo a greve, ele aplicaria o Piso na carreira existente, para todas as carreiras da educação, abriria negociação, com escalonamento de reposicionamento na carreira, mas não do valor do Piso... Algo simples... Apenas não acredito! Mas, se eu for obrigado a acreditar que toda essa novela cômica seja verdade, talvez ano que vem haja uma tragédia clássica, na qual a vítima será o governo e em consequência, a educação pública
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