sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Comemoremos!
Neste natal, comemoremos a ótima educação que temos em nosso país, com salários que realmente valorizam o profissional da educação. Comemoremos o super aumento que tivemos em nossos contracheques com o subsídio, a vitória das negociações entre sindicato e governo, a exemplar atuação do Ministério Público e da Assembléia Legislativa. Que possamos comemorar com nosso 13º no bolso, nosso 14º dividido em 2 parcelas, nossas restituições de faltas-greve que estão sendo pagas honestamente por este estado exemplar, por este governo professor que acredita na educação como porta para um futuro melhor! Comemoremos o aumento de 62% que os vereadores se deram como presente de natal, comemoremos as ótimas notícias em relação aos impasses. A comunidade Dandara, o Código Florestal, a usina de Belo Monte; comemoremos a seriedade com que nossos governantes e representantes legais tem atuado, mostrando sua responsabilidade, honestidade e boa índole. Comemoremos todas as nossas conquistas em relação ao piso nacional, pois se não fosse ele, não teríamos hoje o maravilhoso novo modelo de remuneração, muito mais eficiente, e que, como já disse nosso glorioso governador, está muito além do piso. Comemoremos, comemoremos, comemoremos, e vamos pedir a Jesus, o salvador, que continue nos provendo com tantas conquistas neste país tão próspero, humano e coerente. Que Deus esteja conosco!
domingo, 18 de dezembro de 2011
Escola da vida
Queridos colegas,
Mais um ano de luta chega ao fim. Luta pelo pão e pelo circo, enfim, luta pela vida. Guerreiros que somos, enfrentamos as vitórias e as derrotas de cabeça erguida. Mas nossa maior batalha se encontra no cotidiano comum. Na sala de aula, na cantina, na horta, na secretaria. Estamos sim, desgastados e desvalorizados, mas, por mais que tentem nos convencer, continuamos acreditando na escola como algo que transforma. Não sinto que a escola seja apenas um banco de diplomas e de números. Vejo pessoas reais, com todas as suas fraquezas e todas as suas riquezas. Vejo crianças, jovens e adultos, na busca incessante pelo conhecimento e vibro para que esse conhecimento se transforme em sabedoria. Eu também me sinto aluno desta grande escola e aprendo a ser mais sábio com o pouco que sei. Quanto aos nossos chefes supremos, os intocáveis, só posso me lamentar de ter sido enganado, agredido, desrespeitado, mas quero que eles saibam que não nos seduzirão com migalhas e não conseguirão nos separar com a discórdia. Vejo hoje uma categoria dividida e cansada, uma classe operária desacreditada e doente. Querem que nos tornemos máquinas fazedoras de números e diplomas, mas nossa arma é bem maior, porque lidamos com gente de verdade, alunos reais que aprendem a jogar pingue-pongue e xadrez, que leem livros, que montam grupos de jovens, grêmios; tocam violão e guitarra, fazem teatro, aprendem a usar os números; jovens e adultos reais que estão em busca de seus sonhos e vejo que esta escola pode auxiliar nessa busca. De cabeças erguidas, fortalecidos com as aprendizagens das vitórias e das derrotas, iniciaremos 2012 no front da batalha da vida, contra o exército da ignorância, tendo como maior arma esta escola que fazemos do nosso jeito, bem distante daquela que querem nos impor como castigo por termos desvelado as mentiras e farsas desta ditadura social em que estamos vivendo. Desejo a todos e todas boas festas e um descanso renovador.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Palhaçada
No dia 23 de novembro de 2011, assistimos a mais um capítulo do grande espetáculo “Circo Minas Gerais, onde você é o palhaço”. Pudemos ver mais uma vez a Assembléia Legislativa funcionando como uma “casa homologativa” dos projetos do governo. Cadê a comissão tripartite? Cadê o acordo assinado pelo governo de que aplicaria o piso na carreira? Cadê o Ministério Público para cobrar a correta aplicação da lei federal? O que adiantou a opção de mais de 150.000 servidores retornarem ao Vencimento Básico? Mais uma vez presenciamos atitudes de uma ditadura social velada na nossa “Sociedade Autocrática com Dinheiro”. Mas nós não somos apenas palhaços de circo; somos também os animais selvagens que devem ser adestrados e enjaulados; somos os equilibristas que, na corda bamba da educação, fazemos piruetas para não cair; somos mágicos de conseguirmos sustentar nossas famílias com salários que não pagam nem o terno que nossos dePUTAdos usam naquele palco. Trabalhamos em 2 ou 3 escolas para sermos alvos desviantes de bolas de papel, borrachas voadoras e, em alguns casos, de tiros e facas. E temos que ser malabaristas para aguentar 3 turnos de turmas desinteressadas e violentas. E é no contexto do grande circo de Minas Gerais, terra da liberdade inconfidente, que venho parabenizar a toda a comunidade escolar por esta derrota. Nossa união cidadã, responsabilidade social e perseverança na luta por direitos foram os responsáveis por esta derrota tão sofrida! Aplausos par nós!!! Perdemos a esperança? Não há mais nada a ser feito? Então vamos sentar nossas bundas na frente da televisão (que Deus a proteja!) para aplaudir o mestre de cerimônia, dono do circo, e vamos nos tornar robôs mecânicos programados para dizer apenas “sim senhor” e abaixar nossas cabeças vazias. Vamos passar da condição de atores do circo para meros expectadores dessa grande novela tragicômica, da qual somos (éramos) os protagonistas. Vamos aplaudir o espetáculo de uma Minas sem lei, terra do desgoverno, de um povo acostumado à escravidão do ouro, à obediência das igrejas e à inércia dos senhores. Vejo em ti, Minas, a sombra direita de uma ditadura disfarçada! Vejo tua população enganada, sorrindo sem saber por quê, desacreditada dos grandes ideais, mas pronta para fazer as compras de natal. Então compremos os últimos modelos de celulares, Ipod's, e todos os presentes que nos farão, enfim, felizes! Afinal, um estado com educação sucateada, camuflada por belas escolas cheias de livros e computadores é bem mais fácil de ser iludido e adestrado. Um professor empobrecido, cansado, desvalorizado, criminalizado e ameaçado não tem condições de educar para a cidadania efetiva e continuará passando os mesmos exercícios de formar robôs obedientes. Vamos esquecer que existe um piso nacional, garantido por uma lei federal, que não somos remunerados pelo nosso tempo fora de sala de aula, e que temos hoje nossa carreira extinta, juntamente com todas as conquistas adquiridas ao longo da história sindical. Vamos esquecer que teremos nossos salários congelados por mais 20 anos, sem possibilidade de incorporar novas conquistas de direitos no nosso contracheque. Afinal de contas, teremos nosso 13° no bolso para ir ao shopping comprar o último modelo do celular que nos fará pessoas melhores e mais felizes. De alma e mãos lavadas, eu, palhaço malabarista do Grande Circo Minas Gerais, entrego a luta nas mãos de Deus, mas ainda tento um último grito! Vamos acabar com essa palhaçada e realmente tomar as rédias da nossa história?!
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Convocação de apoio ao boicote do SIMAVE
Como sabem, nós, profissionais do estado de Minas Gerais, estamos enfrentando novamente a mentira e o descaso do governo, principalmente nos meios de comunicação. Descumprindo acordo (assinado ao fim da greve) de que estudaria a aplicação do Piso Nacional na carreira já existente, apresentou uma proposta que piora a carreira existentee que paga, para professor com doutorado em final de carreira, o valor de R$ 945,00. A greve não será nossa estratégia de luta no momento, mas devemos tentar, ao menos, entender o que está acontecendo. O governo tem milhões para pagar anúncios de 2 minutos na Rede Globo em horário nobre, mas não para pagar um piso de 712 reais. Tem bilhões para a copa, obras faraônicas, e cargos comissionados para campanha política, mas não para "valorizar" os profissionais da educação. Por isso, em última assembléia da categoria, foi decidido o boicote às avaliações sistêmicas do estado, no caso o SIMAVE, que acontecerá na próxima semana. Usaremos isto como forma de pressão, já que o prêmio de produtividade pago geralmente em agosto ou setembro não foi pago até agora e não sabemos se ou quando será pago. Estamos inclusive, ao propor este ato, deixando de ganhar nosso prêmio de 2012, mas acreditamos que será uma forma de protesto que mostrará nossa indignação com esse desgoverno. Por tudo isto, nós, profissionais da educação abaixo assinados, solicitamos aos alunos que nos apoiem neste protesto, anulando o gabarito da prova e entregando-o com todas as questões marcadas, pois, assim como o voto nulo, esta atitude configura-se como protesto, diferente do voto em branco. Temos que mostrar ao nosso desgoverno mentiroso e fora da lei que estamos de olho e temos o apoio de nossos queridos alunos, que pensam criticamente e sabem também protestar. "Professores passam uma vida ao nosso lado. Uma hora alguém precisa ficar do lado deles..."
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Endurecendo a luta
Diante de toda a mentira empreendida pelo nosso desgoverno Anestenazista, me revitalizo nas energias de luta e me encontro pronto para empreender movimentações mais ativistas. Só paralizar não basta. Temos que ocupar as superintendências e deitar no chão até que se apresente proposta digna. Levar daqueles cornetões pra frente das regionais e não deixar o pessoal trabalhar. Não basta também só o boicote ao SIMAVE. Temos que anular as provas. Os alunos devem entregar os gabaritos nulos, pois aí sim, conta como ato de protesto. Se eles apenas entregam em branco, vão dar zero para eles. Se não vierem, vão dizer que não conseguimos manter os alunos em sala. Mas se vierem, e entregarem o gabarito nulo (marcadas todas as questões), aí sim caracteriza – como no voto nulo – um ato de protesto explícito. E que cara o governo vai dizer que as provas foram anuladas. E que cara vai ter quando ver que os alunos vão nos apoiar. Não precisa de grandes mobilizações pra que isto aconteça. Basta um papo sério com os alunos no dia da avaliação e aí fica da consciência de cada aluno anular ou não. Temos que barbaizar. Agora é o momento que, se calarmos e enfraquecermos, eles passam o trator em cima de nós. Talvez o ano de 2012 nem comece, se a postura do governo continuar...
domingo, 6 de novembro de 2011
Não acredito
sábado, 22 de outubro de 2011
Indi(gestão) pública
domingo, 16 de outubro de 2011
Apologia aos indignados
domingo, 2 de outubro de 2011
Avaliando
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
A volta
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Carta aberta aos profissionais da educação de Minas Gerais
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Humilhação ou dignidade?
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Ontem, hoje e amanhã.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Amanhã
Amanhã, que temos a maior greve de nossa história. Amanhã, que o luto e a esperança se casarão em praça pública. Amanhã,que nossos corações estarão despertos quando fazem de tudo para que estejamosdispersos. Amanhã, que por um breve momento, tudo fica suspenso e a expectativa aumenta minutos antes das reuniões, das falas, das votações. Amanhã, em que a mobilização efetiva e consistente se faz necessária. Amanhã, que seremos considerados como criminosos. Amanhã, que nossas forças se unirão no feixe degravetos inquebrantável.
Amanhã, que nossa união fará nossa fé e perseverança crescer ao ponto da realização. Amanhã, que as orações se convergirão paraaquela assembléia. Amanhã, que estaremos filmando e fazendo nossa mídia livre eindependente, mostrando a realidade nua e crua. Amanhã, que a inconfidênciareal acontecerá na Casa do Povo, erroneamente chamada de Assembléia Legislativa. Amanhã, que estaremos presentes com as rédeas em nossas mãos firmes. Amanhã, que assumiremos novamente o preceito da revolução pacífica,porém inteligente e criativa. No amanhã invisível da esperança que se tornará ohoje luminoso da vitória e que, se não fizermos bem feito, ficará para um ontemobscuro da derrota...
Compareça na próxima assembléia - 20/09
Greve Professores Minas Gerais e Copa do Mundo, por Cristovam Buarque.
Hoje, apenas hoje...
sábado, 17 de setembro de 2011
Greve geral?
Já que são 19 estados (última notícia de setembro) em greve no Brasil, por que a CNTE não convoca uma greve geral da educação? Todos os filiados teriam que fazer suas assembleias e aí sim, pressionaríamos a nível nacional. Não é esse o momento? Existirá tal momento? Ou essas coisas só acontecem no México, Bolívia e Chile?
Dia de tristeza e felicidade
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Poema do Desterro
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Mobilização Greve
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Carta aberta
Prezada Sociedade,
Após quase 100 dias de greve, acabo de receber a notícia de que minha última e única companhia de greve (em nossa escola) vai voltar a dar aulas nesta semana. Me mandou um e-mail pedindo para eu não condená-lo, pois tem seus motivos financeiros, emotivos e contextuais, e dizendo que tentará não se crucifixar por estar “furando a greve”. Respondi que não se preocupasse, pois também lutou a batalha e teve seu mérito no movimento, mas que mantivesse pelo menos a esperança em nossa luta e transmitisse essa força para os outros que já haviam voltado e, se possível, à comunidade escolar que, embriagada pelo imediatismo, não está nada benta conosco (e com razão!). Estou sozinho na minha escola e em minha cidade, pois nossa escola é a única por aqui. Após 100 dias em greve, com uma lei nos amparando, pedindo apenas a aplicação de uma lei federal de piso de 712 reais e que mantenham a carreira já existente, após receber a vergonhosa notícia de que a justiça federal aprovou super-salários acima do teto para parlamentares federais, venho, em caráter de apelo, à toda a sociedade que ainda acredita na mudança da história por meio da mobilização coletiva e que ainda tem esperança nos movimentos sociais, que venham apoiar nossa luta, pois uma derrota da categoria agora, após mais de 3 meses paralisados, com tão forte adesão e com uma lei nos amparando, seria uma derrota, não apenas de nossa categoria, mas de todos os movimentos sociais. O governo vitorioso se fortaleceria em sua política horrenda contra os fracos e o horizonte dos movimentos sociais se enevoaria com a neblina turva do “poder que tudo pode”. Mas se tudo pode no poder, temos poder em nossas mãos, e hoje na sociedade digital, nos nossos dedos, pois com eles atingimos milhões, e isto está muito difícil de ser controlado pelos modelos arcaicos da ditadura velada que tentam nos impor. Temos ainda o poder de nos juntar para criar, divulgar, reivindicar, protestar, anunciar e denunciar tudo que nos convier e da forma que nos parece justa. Apelo, nesta reta final (Deus me ouça!) que nos apóiem na conversa informal, conferência, palestra, aula, debate, mesa redonda (geralmente quadradas), simpósio, fórum, assembléia, seminário,e também nas redes sociais, grupos de e-mails, cartas abertas, contatos com os magnatas e poderosos conhecidos, políticos, ativistas, artistas, cientistas, comunistas e anarquistas de plantão. Divulguem a realidade de nossa luta, que tem sido semanal, com participação de cinco, dez mil pessoas, tendo que parar Belo Horizonte, sob os xingamentos e aplausos da sociedade surda e da imprensa muda. Todos vocês passaram pelos professores, e a maioria dos que estão vindo ainda passarão. Por pior que eles tenham sido, vocês devem muito a eles. É hora de demonstrar a gratidão por essa classe empobrecida, mas digna, pois ousa se mobilizar em tempos de individualidade e ousa lutar em tempos de estagnação. Apesar de meu coração doer ao pensar que estou sozinho e fraco na minha cidade, me sinto forte e revitalizado quando vejo um abraço de 8000 pessoas no Ministério Público e na Assembléia Legislativa. E meu coração se alegra quando vejo que temos ainda apoiadores como Frei Beto e Leonardo Boff. Apelo neste momento, com mais de 15 estados e incontáveis municípios em greve, à beira de uma greve geral da Educação, a toda a sociedade para se unir no grito: “O professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!”
Gratidão a todos e todas,
Um professor em greve.